segunda-feira, 25 de maio de 2015

Vamos (re)começar assim...

O chá veio do Canadá, enviado pela mãe de um aluno fantástico que tive no ano passado. 

A xícara em que tomo o chá foi feita pelo Otávio. Nela está escrito "Pequeninos do futuro".

O livro pelo qual começaremos não podia ser outro... Mas isso é história para o mês que vem. Aguardem!


sábado, 11 de agosto de 2012

Pelo dia dos pais


Amanhã é dia dos pais. Para eles pode ser um dia especial, principalmente àqueles que curtirão pela primeira vez a data.

Eu tive, nesse ano, o meu primeiro dia das mães. Para mim foi um dia tão especial quanto todos os outros que tenho tido nos últimos 6 meses e 12 dias.

Naquele domingo em que meu filho nasceu, tirou de mim meu maior sorriso, de doer o maxilar, tão escancarado... Cada dia, desde então, é especial, e em cada um me sinto única.

Meu filho faz com que me sinta especial, quando me abre seu sorriso largo; quando só no acalento dos meus braços se acalma; quando me acaricia com a mãozinha cheia de saliva; quando conversa longamente comigo, num idioma só nosso; quando agarra meus óculos e deixa as lentes repletas de marcas de dedinhos; quando acorda só pra olhar pra mim quando chego do trabalho, tarde da noite, pedindo colo, pra ficar em silêncio, abraçadinho, de olhos abertos, só pra garantir que eu não vou embora de novo, pra conferir o cumprimento da promessa de voltar todo o dia.

Eu que não sabia nada de mim, eu que não me encontrava...

Parei de fumar no instante em que soube que estava grávida. Passei a me importar comigo mesma, a cuidar da saúde, a comer bem, a dirigir com mais cautela.

Porque ele trouxe o sentido que me faltava.

É por ele que levanto todas as manhãs, com o melhor humor do mundo, ainda que nunca mais tenha podido dormir uma noite inteira... (e nem me importo, porque acordar à noite para amamentá-lo, ou virar-lhe de lado, são presentes, não obrigações).

É dele o sorriso que não me sai da cara.
Ele me apresentou minha melhor parte. (Que eu nem sabia que tinha)
É ELE QUEM ME DEFINE.

Todo dia é meu dia de ser mãe. Todo dia recebo presentes de dia das mães. Todo dia me sinto única, especial e agraciada, por ter na minha vida essa pessoa tão maravilhosa que é meu filho.

Felicidades para os pais amanhã. E para mim, enquanto mãe, hoje, amanhã e sempre!

domingo, 4 de março de 2012

Meu menino


Meu menino

Na adolescência –
que dei por encerrada quase ontem –
tive todo tipo de urgência.

Um grande amor.
Viagens, lugares, movimento.
O novo sempre.

Numa manhã de domingo,
trinta primaveras e verões já vividos,
o Amor chegou.

Ele chorou,
eu sorri.
E brotou a serenidade que me faltava.

Ele me apresenta o novo todos os dias.
E sei que a felicidade não se acha num lugar;
é pequenininha e dorme no meu colo.

Minha alegria está no seu riso de canto de boca,
no abrir de seus olhinhos,
no barulho de sua respiração.

O mundo tornou-se mais gentil,
o sol brilha com mais força,
e eu estou em paz.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Caleidoscópio

A sociedade do século XXI tem suas particularidades, evidentemente. Uma leitura comum acerca delas é a que considera esse momento uma involução em relação aos que o antecederam. Lugares comuns desse pensamento são: o nosso pertencimento a uma geração que consome desenfreada e irrefletidamente; no embate aparência versus essência, a vitória da primeira – reflexos da crise generalizada de valores que enfrentamos.

Nessa realidade alienada, violenta e sem perspectivas, tudo o que podemos fazer é esperar pelo fim do mundo – na virada do milênio? em março ou outubro de 2011 como preconizou aquele líder protestante norte-americano que não se contenta com uma gafe só? em 2012 conforme as profecias maias? ou teria sido ontem, 11-11-11, às 11h11?

De minha parte, penso que em um dia qualquer, independentemente de previsões astrológicas, astronômicas, científicas, lógicas, matemáticas ou religiosas, tudo pode acabar, como acabou para os dinossauros, para recomeçar ad infinitum, como acontece com o sentimento naquela croniquinha bonita do Paulo Mendes Campos, “O amor acaba”.

Mas o que me interessa agora é o mundo em que meu filho vai nascer. E fico feliz em poder dizer que para mim ele não é apocalíptico como o querem muitos. Eu vejo o que há de feio no mundo, mas não quero deixar a vista turvar por isso. Eu quero igualdade, educação e comida pra todos, menos violência e um montão de coisas mais, e vou lutar por isso, e ensinar o mesmo ao meu filho; mas quero também mostrar a ele o quanto o ser humano já fez, o quanto se conquistou, e por que vale a pena viver o nosso momento, ao invés de mergulhar no saudosismo.

“Porque no meu tempo...”

* * *

O meu tempo é agora, e no meu tempo uma mulher pode estar na presidência do meu país, um negro à dianteira do governo dos Estados Unidos. A mulher tem direito ao voto – quant@s morreram por isso! Todos têm direito ao voto. O voto é direto e eu vivo em uma democracia.

Embora haja vários tipos de escravidão, a escravidão legalizada do negro foi abolida, o apartheid chegou ao fim e há um debate aberto sobre como minimizar as consequências desse fato histórico. Homossexualidade não é distúrbio. Ninguém mais leva o filho ao psicólogo pra se “curar” dela. Mulheres conquistam cada vez mais terreno no mercado de trabalho. Criou-se a lei “Maria da Penha”. Tatuado não é mais “tudo marginal”.

No meu tempo a LIBRAS é considerada um idioma, e disciplina obrigatória para todas as licenciaturas. Há direitos especiais garantidos por lei aos deficientes e cada vez mais cresce o respeito por eles.

No meu tempo cresce o número de vegetarianos – eu ainda chego lá! – cada vez mais se tem consciência de que pele de animal não é matéria prima para roupa de gente (o que antes era considerado totalmente “normal”). Quem abriga um bichinho não é mais “dono” e sim “tutor”. Cresce o número de adeptos ao fim do rodeio e dos maus tratos aos animais em geral. A rinha foi proibida! As pessoas estão substituindo as sacolas plásticas pelas de papel. A reciclagem devagar vai se tornando um hábito.

No meu tempo não há mais propaganda de cigarro que prega que cigarro faz bem para os dentes, que é indicado por médicos, aliás, não há mais propaganda de cigarro, aliás, os não fumantes veem respeitado o seu direito de não fumar passivamente em lugares públicos e fechados.

No meu tempo as pessoas podem ler o que quiserem, de Aristóteles a Bruna Surfistinha, primeiro porque não há censura por parte da Igreja ou do Estado, segundo porque o aprendizado da leitura e da escrita não são mais privilégios da aristocracia.

* * *

Não vou pintar um mundo todo azul para meu filho, não vou tentar convencê-lo de que o mundo é perfeito e que não precisa melhorar, porque ele não o é, e eu quero não só que ele saiba disso, mas também que se veja responsável pelo seu momento, seja agente da mudança, sujeito de sua história. Mas também não vou pintar-lhe o mundo de cinza.

Quero dar a ele um mundo repleto de tons, uma paleta com todas as cores, uma escala com todas as notas.

E que ele descubra que a aparente ausência do branco é a sutil presença do todo, que se faz boa música usando acidentes, e quão infinitas são as possibilidades do olhar.

Ao Otávio Augusto, minha inspiração de viver.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Listinha de pequenos amores

Pequeno não é sinônimo de desimportante.

1. Sol amarelo muito claro em manhãs de inverno.
2. Aquela música no rádio do carro.
3. Bolinho de chuva e café quentinho na casa da mãe.
4. Gato aconchegado no braço.
5. Viagem de carro sem companhia.
6. Sorvete de côco.
7. Poemas de Whitman.
8. Cheiro de livro novo.
9. Cheiro de livro velho.
10. Cineminha e pipoca com manteiga.
11. Mãozinha de nenê.
12. A livraria favorita.
13. Insights.
14. Novidade.
15. Respostas rápidas.
16. O restaurante de sempre, o mesmo posto de gasolina, aquela papelaria...
17. As pedras do Arpoador.
18. Descobrir, compreender novas teorias.
19. Reencontrar 3 amigas que moram longe.
20. Terminar um artigo antes do deadline.
21. Esperar pela festa.
22. Injeção!
23. Interdiscurso, intertexto, interjeição!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,


Pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.



No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar...

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar...



E, no desvario seu,

Na torre pôs-se a cantar...

Estava perto do céu,

Estava longe do mar...



E como um anjo pendeu

As asas para voar...

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar...



As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Apresentação

Meus pequenos descobriram esse blog, e me chamaram atenção ao fato de que não postava nada havia dois anos. Alguns pediram que eu voltasse a escrever, o que me deu ideias! 

Bem... começa a ser repaginado. E vamos ver no que vai dar. Antes de mais nada, continua sendo mais ou menos o que sempre foi: espaço de troca com alunos. Eles são outros, eu sou outra, o blog é outro: não trata mais de política que, quem sabe, vai ser substituída pela música! A poesia continua, sempre! E vamos nos divertir!